sexta-feira, 18 de abril de 2025

SINDROME DO ESPECIALISTA DE INTERNET

Fone de ouvido


Arnaldo Chagas

Vivemos tempos curiosos. Em meio a uma explosão de dados e informações disponíveis a um clique, tornou-se comum ver pessoas assumindo posturas de especialistas em temas que desativam anos — às vezes décadas — de estudo, prática e experiência. De repente, o sujeito que nunca abriu um livro sobre imunologia debate com virologistas. Uma moça que nunca estudou economia comenta sobre câmbio, juros e inflação como se fosse consultora do Banco Central. O torcedor que só vê os melhores momentos no YouTube quer ensinar tática para técnico da seleção. 

A internet, mais especificamente o Google, virou o novo oráculo da verdade. O problema? Muitos consultam esse oráculo apenas para confirmar o que você já pensa. Estamos diante do que pensamos sobre a síndrome do especialista de internet: uma preocupação social que mistura superficialidade informacional, excesso de confiança e uma crescente incapacidade de escuta. Trata-se de um comportamento que afeta tanto a qualidade dos debates públicos quanto a saúde das relações sociais. E, de forma mais profunda, escancara a fragilidade de um tempo em que saber virou performar conhecimento — não necessariamente tê-lo. 

A informação, sem mediação, cheia de impacto A promessa da internet era democratizar o acesso à informação. Em parte, ela cumpriu. Nunca foi tão fácil encontrar textos, vídeos, fóruns e artigos científicos. Mas essa democratização trouxe consigo um paradoxo: **quanto mais acesso temos, menos sabemos distinguir o que é válido do que é ruído**. No passado, o conhecimento era filtrado por instituições: escolas, universidades, editoras, revistas científicas. Hoje, esse filtro é pulverizado. Qualquer um pode escrever, opinar, compartilhar. Em tese, isso é positivo. Mas, sem critérios, a internet transformou-se num mercado de informações desiguais, onde o artigo mal traduzido de um blog qualquer tem, na mente de muitos, o mesmo peso que uma publicação revisada por pares da *Nature*. Não à toa, **a confiança no saber tradicional caiu**, e com ela a autoridade do especialista legítimo. Afinal, se tudo está na internet, por que ouvir quem estudou dez anos, se eu posso "me informar" em quinze minutos de pesquisa? 

A ilusão do saber instantâneo A síndrome do especialista de internet nasce, em grande parte, de uma **confusão entre acesso à informação e compreensão do conhecimento**. Ler um tópico no Twitter sobre psicanálise não te torna psicanalista. Assistir a dois documentários sobre aquecimento global não te transforma em climatologista. A diferença entre saber algo e entender profundamente esse algo é abissal. Mas essa diferença, hoje, é frequentemente ignorada — ou ridicularizada. É aqui que entra a arrogância travestida de “autonomia intelectual”. A ideia de que tudo saber deve ser horizontalizado é, na prática, um desserviço ao pensamento crítico. Desconfiar da autoridade é saudável; completamente o acúmulo técnico e científico é **um convite ao obscurantismo despreocupado travestido de liberdade de expressão**. 

Curiosamente, esse público revela mais insegurança do que autoconfiança. Afinal, quem realmente sabe, sabe o suficiente para considerar os limites do próprio saber. O falso especialista, por outro lado, **usa o pouco que leu como armadura para parecer superior**, quando na verdade teme considerar que há coisas que ainda não compreende. 

O especialista de internet não ouve — ele espera a sua vez de falar Um dos efeitos mais perniciosos dessa síndrome é a perda da escuta. O "especialista de internet" não debate: ele performa. Não pergunta: ele sentenciou. Em vez de dialogar, ele disputa. Seu objetivo não é compreender o outro, mas provar que está certo — ainda que para isso seja preciso distorcer argumentos, interromper falas ou citar links aleatórios como se fossem verdades absolutas. 

Esse comportamento é facilmente identificável em redes sociais, sobretudo em debates sobre temas complexos: vacinas, políticas públicas, crises internacionais, economia. O cidadão médio lê um artigo — às vezes nem isso, só o título — e se sente no direito de questionar especialistas de carreira, desqualificar pesquisadores e tomar para si o monopólio da razão. O que está no jogo aqui não é só vaidade, mas um **modelo de subjetividade que valoriza mais o impacto de uma opinião do que sua veracidade**. 

Nessa lógica, vale mais parecer inteligente do que, de fato, entender. Vale mais lacrar do que aprender. O resultado? Um ambiente onde todos falam, mas quase ninguém ouve. Onde todo o mundo sabe de tudo — menos da própria ignorância. --- ### Entre a comédia e a tragédia Essa aparência tem um lado cômico, sem dúvida. É engraçado ver alguém citando um artigo de 2006 fora de contexto para "refutar" um especialista com 30 anos de experiência. É irônico ver pessoas que nunca frequentaram uma universidade acusando cientistas de "ideologização" com base num meme. 

Mas a graça desaparece quando percebemos os efeitos disso no mundo real. Durante a pandemia, vimos o estrago de que a síndrome do especialista de internet pode causar: desinformação viralizada, teorias da conspiração travestidas de ciência, pessoas tomando decisões de saúde pública com base em vídeos do WhatsApp. E, pior: vimos autoridades políticas se aproveitando dessa síndrome para deslegitimar a ciência e fortalecer narrativas autoritárias. Não é exagero dizer que **essa nova forma de ignorância ativa é uma ameaça à vida em sociedade**. Porque ela corrói o tecido do diálogo, sabota o esforço coletivo de compreender a realidade e mina a confiança em instituições fundamentais. 

O que perdemos quando todos "sabem de tudo"? A internet, com sua infinita biblioteca digital, deveria ter nos tornado mais humildes — afinal, nunca estivemos tão expostos à vastidão do que não sabemos. Mas, paradoxalmente, parece ter nos tornado mais arrogantes. A sensação de saber algo — mesmo que mal — nos dá um poder simbólico de que muitos não querem abrir a mão. Saber virou um palco. E nesse palco, **a vaidade do saber performado parece importar mais do que a busca sincera por entendimento**. O resultado é uma geração que sabe muito de tudo e um pouco de si mesma. Que lê rápido, fala alto e escuta um pouco. Que confunde opinião com argumento, dado com contexto, e achismo com verdade. Num mundo em que todos querem ser ouvidos, quem ainda está disposto a ouvir? --- **E se o maior sinal de sabedoria hoje para, com justiça, saber calar?**É irônico ver pessoas que nunca frequentaram uma universidade acusando cientistas de "ideologização" com base num meme. Mas a graça desaparece quando percebemos os efeitos disso no mundo real. Durante a pandemia, vimos o estrago de que a síndrome do especialista de internet pode causar: desinformação viralizada, teorias da conspiração travestidas de ciência, pessoas tomando decisões de saúde pública com base em vídeos do WhatsApp. E, pior: vimos autoridades políticas se aproveitando dessa síndrome para deslegitimar a ciência e fortalecer narrativas autoritárias.Não é exagero dizer que **essa nova forma de ignorância ativa é uma ameaça à vida em sociedade**. Porque ela corrói o tecido do diálogo, sabota o esforço coletivo de compreender a realidade e mina a confiança em instituições fundamentais. 

O que perdemos quando todos "sabem de tudo"? A internet, com sua infinita biblioteca digital, deveria ter nos tornado mais humildes — afinal, nunca estivemos tão expostos à vastidão do que não sabemos. Mas, paradoxalmente, parece ter nos tornado mais arrogantes. A sensação de saber algo — mesmo que mal — nos dá um poder simbólico de que muitos não querem abrir a mão. Saber virou um palco. E nesse palco, **a vaidade do saber performado parece importar mais do que a busca sincera por entendimento**. O resultado é uma geração que sabe muito de tudo e um pouco de si mesma. Que lê rápido, fala alto e escuta um pouco. Que confunde opinião com argumento, dado com contexto, e achismo com verdade. Num mundo em que todos querem ser ouvidos, quem ainda está disposto a ouvir? --- **E se o maior sinal de sabedoria hoje para, com justiça, saber calar?**É irônico ver pessoas que nunca frequentaram uma universidade acusando cientistas de "ideologização" com base num meme. Mas a graça desaparece quando percebemos os efeitos disso no mundo real. Durante a pandemia, vimos o estrago de que a síndrome do especialista de internet pode causar: desinformação viralizada, teorias da conspiração travestidas de ciência, pessoas tomando decisões de saúde pública com base em vídeos do WhatsApp. E, pior: vimos autoridades políticas se aproveitando dessa síndrome para deslegitimar a ciência e fortalecer narrativas autoritárias. Não é exagero dizer que **essa nova forma de ignorância ativa é uma ameaça à vida em sociedade**. Porque ela corrói o tecido do diálogo, sabota o esforço coletivo de compreender a realidade e mina a confiança em instituições fundamentais. 

O que perdemos quando todos "sabem de tudo"? A internet, com sua infinita biblioteca digital, deveria ter nos tornado mais humildes — afinal, nunca estivemos tão expostos à vastidão do que não sabemos. Mas, paradoxalmente, parece ter nos tornado mais arrogantes. A sensação de saber algo — mesmo que mal — nos dá um poder simbólico de que muitos não querem abrir a mão. Saber virou um palco. E nesse palco, **a vaidade do saber performado parece importar mais do que a busca sincera por entendimento**. O resultado é uma geração que sabe muito de tudo e um pouco de si mesma. Que lê rápido, fala alto e escuta um pouco. Que confunde opinião com argumento, dado com contexto, e achismo com verdade. Num mundo em que todos querem ser ouvidos, quem ainda está disposto a ouvir? --- **E se o maior sinal de sabedoria hoje para, com justiça, saber calar?**O resultado é uma geração que sabe muito de tudo e um pouco de si mesma. Que lê rápido, fala alto e escuta um pouco. Que confunde opinião com argumento, dado com contexto, e achismo com verdade. Num mundo em que todos querem ser ouvidos, quem ainda está disposto a ouvir? 

E se o maior sinal de sabedoria hoje para, com justiça, saber calar?

quinta-feira, 17 de abril de 2025

O PARADOXO DOS CONECTADOS

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Fone de ouvido
Arnaldo Chagas

Vivemos em uma era de suposta hiperconexão. As pessoas estão mais ligadas do que nunca — a internet encurta distâncias, os aplicativos permitem conversas em tempo real, e a informação circula em velocidades que há poucas décadas seriam impensáveis. No entanto, cresce uma queixa comum e persistente: a solidão. Escuta-se em rodas de amigos, em conversas de consultório, em relatos nas redes sociais. “Ninguém mais se importa”, “falta diálogo”, “me sinto só, mesmo rodeado de gente”. Como é possível que uma sociedade que nunca esteve tão comunicada seja, ao mesmo tempo, tão solitária? A resposta não se encontra apenas na tecnologia, mas na forma como ela tem sido incorporada à vida social. 

A cena cotidiana fala por si: casais em restaurantes, lado a lado, mas com os olhos cravados nas telas; famílias reunidas fisicamente, mas isoladas emocionalmente; amigos que compartilham memes, mas não mais silêncios ou confidências. O telefone celular, esse dispositivo que nasceu como promessa de aproximação, tornou-se, paradoxalmente, um obstáculo invisível entre corpos presentes. O paradoxo do estar junto, mas não estar Não há aqui uma nostalgia do passado ou uma negação dos avanços tecnológicos. A questão é mais sutil e, ao mesmo tempo, mais urgente: estamos trocando a profundidade pela instantaneidade, o contato real pela resposta rápida, o diálogo pela performance. 

As relações humanas estão sendo empacotadas, filtradas e vendidas como experiências rápidas, leves e, sobretudo, evitáveis quando se tornam incômodas. Conversar exige escuta, exige pausa. Exige convivência com o imprevisto, com o desconforto da divergência e com o tempo do outro. Mas tudo isso se torna um obstáculo quando a lógica que organiza nossa vida é a da produtividade, da velocidade e da autoimagem. Na tela, posso escolher o que mostrar, como mostrar e, mais importante, quando interromper. No olho a olho, perco esse controle. Estamos gradualmente desaprendendo a arte do encontro. E não se trata apenas de encontros românticos, mas de encontros humanos em sua totalidade: com o parceiro, o colega de trabalho, o vizinho, o estranho na fila do banco. O telefone torna-se uma espécie de escudo emocional, onde posso me proteger da intimidade e da complexidade das relações humanas. A ilusão do vínculo digital 

É tentador acreditar que estamos bem acompanhados só porque há muitas notificações chegando. Mas essas interações digitais, em sua maioria, são fragmentadas, condicionadas por algoritmos e raramente deságuam em vínculos consistentes. Como consequência, cresce um individualismo silencioso, disfarçado de conexão. 

Estamos cada vez mais centrados em nós mesmos, mesmo quando aparentemente estamos falando com muitos. Há uma espécie de privatização do afeto. Os sentimentos deixam de circular livremente e passam a ser postados, curtidos e medidos. A carência vira post. O desabafo vira story. A dor vira legenda com filtro. E nessa lógica, o outro deixa de ser alguém com quem compartilho e passa a ser público, platéia — ou, no máximo, espectador engajado.

O problema não está em compartilhar. Está em reduzir a experiência afetiva a uma vitrine. E essa vitrine, por mais bonita que pareça, é fria, sem cheiro, sem toque. É ali que nasce a solidão mais cruel: a solidão no meio da multidão. A fuga do presente: quando o aqui já não basta A dependência do celular também revela uma recusa cada vez maior em viver o presente. A ansiedade pelo próximo conteúdo, pela próxima mensagem, pelo próximo clique, nos afasta do que está diante de nós. É como se o “aqui” nunca fosse suficiente, como se estivéssemos sempre em busca de algo mais interessante, mais envolvente, mais digno de atenção — ainda que esse “mais” nunca chegue de fato. É por isso que tantos casais reclamam de falta de diálogo. É por isso que tantas amizades esfriam. É por isso que os jantares em família viram momentos de silêncio atravessado por luzes de tela. O aqui está sendo sistematicamente trocado pelo “lá”. 

E o mais inquietante: essa prática tem sido normalizada. O estranhamento com o vício em tela é cada vez menor. Tornou-se corriqueiro deixar de lado uma conversa para responder uma notificação, interromper um raciocínio para conferir uma atualização, desviar o olhar humano para mergulhar no feed. Essa nova etiqueta social, disfarçada de modernidade, mascara um desinteresse crescente pelo outro enquanto sujeito real. O individualismo como produto O que está em jogo, portanto, é mais do que um problema de etiqueta ou distração.

É a formação de uma subjetividade profundamente individualista, na qual o outro só é relevante enquanto reforça minha autoimagem. É um tipo de relação funcional, onde o afeto é mediado por algoritmos, e o contato humano é substituído por simulações. E se pensarmos bem, essa lógica é extremamente conveniente para um modelo de sociedade que valoriza o consumo acima da convivência, a eficiência acima da empatia e o desempenho acima do afeto. O telefone, nesse cenário, não é apenas um dispositivo. É um símbolo. Um espelho do tempo em que vivemos. Dessa forma, a queixa sobre a falta de relações profundas é legítima — mas ela não pode ser dissociada do comportamento cotidiano que alimenta esse vazio. Não adianta lamentar a solidão se, ao mesmo tempo, se recusa o encontro. 

Não há laço sem presença. E presença, hoje, parece ser o recurso mais escasso de todos. E se o problema não for a solidão em si, mas o fato de termos desaprendido a estar verdadeiramente com o outro — e até conosco mesmos?

sábado, 5 de abril de 2025

🎉 SEJA MUITO(A) BEM-VINDO(A) AO SACUDINDO ÀS EVIDÊNCIAS!🎉



 Parabéns por dar esse passo — não é tudo dia que alguém escolha encarar o mundo, com coragem para questionar o que parece óbvio.

Aqui, a gente não entrega respostas prontas. A gente provoca. A gente sacode. Porque no fundo, você tem certeza de que a realidade é mesmo real?

Tudo aquilo em que você acredita — o que é certo, errado, natural, sagrado — pode ser somente uma construção social. Sim, acredite! Valores, verdades, verdades… tudo passa pela peneira dos discursos, das ideologias, dos símbolos que circulam por aí e moldam como vemos e vivemos o mundo.

No Sacudindo as Evidências,  oferecemos reflexões que incomodam, textos que cutucam, perguntas que ficam ecoando. Vamos juntos explorar como interpretamos o mundo por meio da linguagem viva: discursos, signos, sentidos.

Se você sente que tem algo fora do lugar do jeito que as coisas “são”, se você desconfia das certezas absolutas e quer entender os mecanismos invisíveis que sustentam a sociedade, então você está no lugar certo.

🔍 Prepare-se para ver o mundo com outros olhos.
E mais: prepare-se para nunca mais conseguir olhar da mesma forma.

Bem-vindo(a) ao começo de sua transformação. 

 

Arnaldo Chagas — Administrador do Site.

terça-feira, 18 de março de 2025

FRAGMENTOS DE MIM - UMA HISTÓRA DE SUPERAÇÃO.

  🔥 “Fragmentos de Mim — Uma História de Superação” 🔥

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Depois de um AVC devastador, Arnaldo Chagas encontrou força onde muitos desistiriam. Em cada desafio superado, ele reconstruiu sua história com coragem, resiliência e esperança. Agora, você pode fazer parte dessa jornada inspiradora de superação! 📖✨

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quarta-feira, 12 de março de 2025

QUE É IDEOLOGIA DE EXTREMA-ESQUERDA? 🎧

 Arnaldo Chagas

A ideologia de extrema-esquerda é um tema complexo e muitas vezes controverso, que suscita debates acalorados e polarizações. Para compreendê-la de maneira clara e objetiva, é necessário explorar suas origens, princípios, variações e os desafios que enfrenta no cenário político contemporâneo. Este texto busca fornecer uma visão abrangente e descomplicada sobre a ideologia de extrema-esquerda.

Origens e Contexto Histórico

A ideologia de extrema-esquerda, também conhecida como ultra esquerdismo, tem suas raízes no movimento socialista do século XIX. Inspirada pelas obras de Karl Marx e Friedrich Engels, essa vertente radicalizou os princípios do socialismo e comunismo, defendendo transformações profundas e imediatas na estrutura social e econômica. A Revolução Russa de 1917 e as teorias de Vladimir Lênin e Leon Trotsky desempenharam um papel fundamental na consolidação do pensamento de extrema-esquerda.

Princípios Básicos

1. Abolição Total do Capitalismo: A extrema-esquerda acredita que o capitalismo é intrinsecamente explorador e deve ser completamente abolido. Propõe a criação de uma sociedade socialista, onde os meios de produção são coletivizados e administrados pelo povo.

2. Revolução Proletária: Diferente do socialismo democrático, que busca mudanças através de processos eleitorais e reformas graduais, a extrema esquerda defende a revolução proletária como o meio principal para alcançar a transformação social. Acredita-se que apenas uma ruptura completa com o sistema capitalista permitirá a construção de uma sociedade verdadeiramente justa.

3. Eliminação das Classes Sociais: A ideologia de extrema-esquerda visa a criação de uma sociedade sem classes, onde não haja distinção entre proprietários e trabalhadores. A eliminação das classes sociais é vista como essencial para alcançar a igualdade e a justiça social.

4. Internacionalismo: A extrema-esquerda rejeita o nacionalismo e promove o internacionalismo. Defende a solidariedade entre os trabalhadores de todo o mundo e a luta conjunta contra o capitalismo global. Acredita-se que a revolução deve ser internacional para evitar a restauração do capitalismo.

 5. Autogestão e Democracia Direta: A extrema-esquerda valoriza a autogestão e a democracia direta, onde os trabalhadores têm controle total sobre suas atividades e decisões. Isso se opõe à burocracia e à centralização do poder, promovendo a participação ativa de todos na construção da sociedade.

Variações e Correntes de Pensamento

A ideologia de extrema-esquerda não é homogênea; ela abrange várias correntes e interpretações. Entre as principais, destacam-se:

- Marxismo-Leninismo: Baseado nas teorias de Karl Marx e Vladimir Lênin, defende a ditadura do proletariado como etapa necessária para a transição ao socialismo. Enfatiza a liderança de um partido revolucionário para guiar a classe trabalhadora.

- Trotskismo: Inspirado por Leon Trotsky, critica o stalinismo e defende a revolução permanente, onde a luta revolucionária continua até que o socialismo seja globalmente estabelecido. Trotsky acreditava na necessidade de uma revolução internacional.

- Maoismo: Desenvolvido por Mao Tsé-Tung, enfatiza a importância da revolução camponesa e a luta de guerrilha. O maoismo defende a revolução cultural para eliminar remanescentes do antigo regime e consolidar o socialismo.

- Anarcossindicalismo: Combina princípios anarquistas e sindicalistas, promovendo a organização dos trabalhadores em sindicatos revolucionários. Defende a ação direta e a greve geral como meios de alcançar a autogestão e a sociedade sem classes.

Críticas e Desafios

A ideologia de extrema-esquerda enfrenta críticas e desafios significativos. Os críticos argumentam que as propostas radicais são impraticáveis e podem levar a regimes autoritários. A experiência histórica de alguns países que adotaram políticas de extrema-esquerda, como a União Soviética e a China de Mao, é frequentemente citada como exemplo dos perigos do ultraesquerdismo.

Além disso, a extrema-esquerda é acusada de subestimar a complexidade das sociedades modernas e a necessidade de compromissos para alcançar mudanças sustentáveis. A revolução proletária é vista como um ideal utópico, difícil de ser alcançado em um mundo interconectado e globalizado.

Conclusão

A ideologia de extrema-esquerda é uma corrente de pensamento rextremista que busca transformações profundas e imediatas na sociedade. Com raízes históricas no movimento socialista e comunista, ela defende a abolição total do capitalismo, a revolução proletária, a eliminação das classes sociais, o internacionalismo e a autogestão. Embora enfrente críticas e desafios, a extrema-esquerda continua a inspirar movimentos e debates sobre a busca por uma sociedade mais justa e igualitária. Compreender seus princípios e variações é essencial para participar de discussões informadas e construtivas sobre o futuro político e econômico de nossas sociedades. Por fim, ressaltamos qualquer extremismo político e deletério para a sociedade.

 

 

terça-feira, 11 de março de 2025

IDEOLOGIA DE EXTREMA DIREITA



         


 Arnaldo Chagas             

Uma ideologia de extrema-direita é um conjunto de valores, ideias e políticas que defendem a supremacia do indivíduo, da nação ou da raça em detrimento de muitos grupos. Ela é geralmente associada a posturas autoritárias, nacionalistas, conservadoras e antidemocráticas. Algumas das principais características da ideologia de extrema-direita incluem o nacionalismo, o conservadorismo moral, a defesa da ordem e autoridade, a ênfase na segurança e no controle das fronteiras, a exclusão de ideias de igualdade social e econômica, o anticomunismo, o racismo e a xenofobia.  

     Os movimentos de extrema direita costumam se opor a políticas de inclusão social e diversidade, defendendo a exclusão de grupos considerados “inimigos” da nação ou da cultura dominante. Eles também são frequentemente associados a discursos de ódio e violência contra minorias étnicas, religiosas, sexuais ou políticas.

Uma ideologia de extrema direita é um conjunto de ideias políticas que, em geral, defendem a manutenção de um status quo social hierarquizado, conservador e autoritário. Entre as principais características da extrema-direita, estão: Nacionalismo: exaltação do sentimento patriótico e da identidade nacional, muitas vezes com a defesa de valores culturais e tradicionais. Autoritarismo: opinião em um Estado forte, centralizado e com pouca ou nenhuma participação popular. É comum que as ideologias de extrema-direita defendam a figura de um líder forte e carismático. Conservadorismo: defesa dos valores tradicionais e da manutenção da ordem social, muitas vezes com a resistência à mudança e à modernização. Anticomunismo: ideias eliminadas ao comunismo e aos socialistas, muitas vezes com a associação dessas ideologias a regimes autoritários e totalitários. Xenofobia: exclui grupos étnicos e culturais estrangeiros, muitas vezes associando-os a uma ameaça à segurança nacional ou aos valores tradicionais. Individualismo: crença no valor do indivíduo e na liberdade individual, muitas vezes com a defesa do mercado livre e a redução do papel do Estado na vida dos cidadãos. Essas características podem variar entre as diferentes ideologias de extrema direita, mas, em geral, são específicas, uma visão de mundo que privilegia a manutenção da ordem social existente, a defesa de valores tradicionais e a eliminação de mudanças sociais ou políticas que possam ameaçar essa ordem.

Vale ressaltar que uma ideologia de extrema direita não é sinônimo de conservadorismo ou política de direita em geral, e que existem diferenças e nuances entre os diversos movimentos e partidos que se autodenominam como de direita. Por fim, cabe salientar, que extremos políticos, seja de direita, seja de esquerda, é deletério para a democracia e o Estado Democrático de Direito.  



SINDROME DO ESPECIALISTA DE INTERNET

Arnaldo Chagas Vivemos tempos curiosos. Em meio a uma explosão de dados e informações disponíveis a um clique, tornou-se comum ver p...