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quarta-feira, 27 de setembro de 2023

CREPÚSCULO DA VIDA

                                                                                                          Autor: Arnaldo Chagas 

Na vastidão de nossa jornada que é a vida, somos confrontados com verdades inescapáveis ​​a respeito do envelhecimento. A velhice, essa sombra temida que se avizinha como o eco distante de um sino numa gelada manhã de inverno, é uma dessas verdades. Ao fitarmos semblantes já marcados pelos anos, enxergamos o reflexo do tempo, um espelho que nos devolve como marcas do percurso. São ombros curvados, como testemunhas exaustas de uma jornada, olhos fatigados, ainda a cintilar com a centelha de esperança e resiliência.



Nesta contemplação, nos deparamos com a efemeridade, uma existência em que se entrelaçam picos e vales. Alguns de nós, diante do espelho, vislumbram o espectro da solidão o que a velhice ameaça imprimir. Outros, mais a fundo, contemplam as raízes de suas angústias e tristezas, reminiscências que preferem abrigar nos recessos mais recônditos da mente.

Contudo, não posso me desfazer de minhas memórias. Elas são como a paleta de cores nas mãos de um artista, tingindo cada momento, cada riso, cada lágrima. Anseio por mantê-las vivas. Elas são tão específicas quanto pinceladas de minha história, instigando-me a questionar, a aprender, a evoluir. Elas que dão substância à minha narrativa. Suprimi-las seria, de certo modo, perecer.

Há lembranças que eu não gostaria de reavivar, mas elas, de igual modo, integra meu ser, como cicatrizes cravadas no tronco de uma árvore vetusta, testemunhas silenciosas de um passado audacioso. São elas que conferem sentido a nossa existência, como um farol como um farol na noite escura, iluminando nosso caminho com uma luz suave, porém constante a guiar-me na noite.

A velhice não é começo nem fim; é o volume encadernado com suas páginas amareladas sob o toque implacável do tempo. É testemunhar os dias que se transformam em anos, e então em décadas, deslizando como o vento que sussurra entre as folhas de um majestoso carvalho antigo.

Portanto, encaremos o espelho com dignidade, abracemos a possível solidão que a velhice, porventura, possa trazer, juntamente com a sabedoria que se esconde nesse silêncio. Recordemo-nos de nossa humanidade, da beleza que se insinua até mesmo na dor. Pois somos moldados por nossas lembranças, sejam elas formosas ou aterradoras e é preciso coragem para mantê-las vivas.

Em suma, o envelhecer se aproxima, em passos hesitantes ou numa marcha triunfal, assim, trazendo consigo verdades árduas que exigem coragem para serem aceitas. Ainda assim, podemos contemplar o semblante enrugado que nos devolve o olhar no espelho e encontramos, nessas marcas, a obra de arte esculpida pela vida.

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

ALERTA A INFOXICAÇÃO

Arnaldo Chagas

Vivemos em uma era de acesso ilimitado à informação, graças à internet. Contudo, a facilidade com que podemos obter conhecimento também traz consigo um problema crescente: a infoxicação. A infoxicação ocorre quando somos sobrecarregados por uma quantidade excessiva de informações, dificultando discernir o que é relevante, confiável e útil. Esse fenômeno tem consequências significativas para nossa saúde mental e para a sociedade na totalidade.



Em primeiro lugar, a infoxicação contribui para o aumento do estresse e da ansiedade. Com tantas informações competindo por nossa atenção, é fácil sentir-se sobrecarregado e incapaz de acompanhar tudo. As notícias constantemente atualizadas, as redes sociais e a pressão para estar sempre online podem levar ao esgotamento mental. Isso afeta negativamente nossa qualidade de vida e bem-estar.

Além disso, a infoxicação prejudica nossa capacidade de tomar decisões informadas. Quando somos bombardeados por informações conflitantes e desinformação, torna-se difícil discernir a verdade da ficção. Isso pode levar a decisões erradas e a uma sociedade mais polarizada, onde as crenças são moldadas por narrativas enviesadas e não pelos fatos.

A infoxicação também tem impactos econômicos. Empresas e anunciantes aproveitam a nossa constante exposição à internet para direcionar publicidade altamente segmentada. Isso cria uma economia de atenção, na qual somos constantemente incentivados a consumir produtos e serviços, muitas vezes sem necessidade. Esse ciclo alimenta o consumismo desenfreado e contribui para a acumulação de lixo eletrônico e ambiental.

A infoxicação pode minar a nossa criatividade e capacidade de foco. A constante alternância entre diferentes tarefas e a distração constante impedem que mergulhemos profundamente em projetos criativos ou atividades que exigem concentração. Isso prejudica nossa capacidade de inovação e produção intelectual.

Por fim, a infoxicação representa um desafio significativo para a sociedade moderna. Devemos aprender a gerenciar de forma mais consciente e equilibrada o nosso consumo de informações, a fim de proteger nossa saúde mental, nossa capacidade de tomada de decisões informadas e nossa criatividade. É hora de repensar nossa relação com a internet e buscar um equilíbrio que nos permita aproveitar os benefícios da era digital sem sucumbir aos seus riscos.

O que a "infoxicação" (hiperconectividade) pode causar:

 . O aumento nos casos de ansiedade e depressão — especialmente, durante os meses de isolamento social em decorrência da pandemia do Covid-19;

. A sensação de constante falta de conhecimento, dando início a um ciclo pela busca por mais informação;

. As dificuldades na capacidade analítica e na tomada de decisão;

. A hiperconectividade, que é o desejo de sempre estar on-line (e a aflição de ficar offline mesmo que por curtos períodos);

. A dispersão, que ocasiona a perda de foco com rapidez e frequência;

. A perda do foco rapidamente enquanto lê notícias;

. A dificuldade de concentração;

. Estresse.


CREPÚSCULO DA VIDA

                                                                                                          Autor: Arnaldo Chagas  Na vastid...